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Baby faz planos para bater Teddy Riner e brinca: Já descobri oito ou nove maneiras de não ganhar

Dono de duas medalhas de bronze olímpicas (Londres-2012 e Rio-2016), o judoca Rafael Silva, mais conhecido como Baby, sabe que um dos grandes rivais na categoria peso-pesado (acima de 100kg) é Teddy Riner. O francês tirou um período sabático nos últimos dois anos e está voltando ao tatame agora com o objetivo de conseguir o tricampeonato nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.

Baby e Riner já se enfrentaram em oito oportunidades. O bicampeão olímpico, que está invicto desde 13 de setembro de 2010, levou a melhor em todas as oportunidades. Será que o judoca brasileiro descobriu uma fórmula de acabar com esse domínio?

“Estou tentando, já descobri umas oito ou nove maneiras de não ganhar (risos). Se eu acertar uma e se for nos Jogos Olímpicos, melhor ainda, estamos treinando muito para enfrentá-lo”, declarou Baby em entrevista exclusiva ao Olimpitacos durante evento da Ajinomoto em São Paulo na terça-feira, 2.

Apesar da rivalidade, o sul-mato-grossense está feliz pelo retorno do francês. “Acho demais. É bom ter alguém como ele na categoria, é um cara que elevou o nível da categoria, todo mundo treina para batê-lo. Acredito que ele deu essa parada para conseguir lutar em Paris, em 2024, tratou as pequenas lesões para alongar a carreira e ter condições de competir em casa”, analisou.

“Todo mundo está esperando para ver como vai ser a volta dele. Você ficar dois anos e pouco sem lutar é algo complicado, é claro que ele se manteve treinando, treinei com ele algumas vezes, mas competir é diferente. Acho que é muito bom ele voltar a lutar porque coloca os atletas sob pressão, ele também vai estar sob pressão, vai ser muito legal. Ele tem uma diferença de força muito grande em relação aos outros atletas e ele usa isso muito bem a favor dele ”, completou.

Crédito da foto: Luana Reis

No mês passado, Baby sofreu uma fratura no punho quando treinava no Japão e precisou passar por uma cirurgia. Com isso, ele está fora dos Jogos Pan-Americanos e foca a sua recuperação para disputar o Mundial da categoria, que acontece em Tóquio entre 25 de agosto e 1º de setembro.

“Estou completamente focado nessa recuperação. O atleta é como pular do penhasco, é estar totalmente engajado em dar o seu melhor a todo momento. E se eu conseguir fazer isso ao longo da minha jornada olímpica, com certeza, ao final dela, espero ter um bom resultado e espero poder compartilhar uma medalha. Isso é o olimpismo, é dar o seu melhor sempre. Tô me preparando para deixar tudo mais bonito no final”, analisou.

Para o medalhista olímpico, o judô vai competir em casa no ano que vem. Ele sabe que os japoneses prometem dar trabalho. “Eles estão fazendo um trabalho diferenciado. O Japão tem grandes chances de muitas medalhas, mas o Brasil vai estar ali para atrapalhar a festa, a gente vai se sentir muito em casa também.”

Em busca de mais um pódio, agora em Tóquio, Baby revelou que fez mudanças na sua preparação:  “A preparação foi evoluindo ao longo dos ciclos. Essa experiência me deu uma base para mudar bastante coisa e colocar muita qualidade no que eu venho fazendo. Eu acho que o que mais mudou foi o valor que eu dei ao aprendizado, a evolução de área, de cada treino, de cada sessão, cada momento que eu tenho com a minha equipe. Estou aprendendo a trabalhar em equipe cada vez mais, aprendendo a treinar com mais qualidade, aprendendo que é no detalhe que as medalhas são conquistadas, no dia a dia, e esses detalhes são: comer melhor, descansar melhor e usar a tecnologia a meu favor”.

Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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