Preparem o champanhe e os morangos, vai começar, nesta segunda-feira (3), Wimbledon, o torneio mais tradicional do tênis mundial. Além de todo o seu charme e elegância, o Grand Slam britânico este ano terá um atrativo a mais: uma briga feroz pela liderança do ranking entre Andy Murray (atual líder), Rafael Nadal (número 2), Stan Wawrinka (3) e Novak Djokovic (4). Qualquer um dos quatro pode deixar o All England Club, daqui a duas semanas, no primeiro lugar.
Número 1 do mundo desde novembro do ano passado, Murray tem das missões mais difíceis para continuar no topo. Além de ser o atual campeão e, por isso, defender dois mil pontos, o escocês chega pressionado pelos maus resultados na temporada. Até aqui, venceu apenas o Torneio de Dubai, no início do ano. Para piorar, perdeu na estreia em Queens, na semana passada, onde também defendia o título na grama. O bicampeão de Wimbledon precisa, no mínimo, chegar até a final, se não quiser perder o posto para um de seus adversários. Caso contrário, tem de torcer para que Nadal não se classifique às oitavas de final e para que Wawrinka e Djokovic não sejam campeões.
Com quatro títulos importantes no ano – Roland Garros, Masters 1000 de Madri e Monte Carlo e o ATP 500 de Barcelona – e 24 vitórias em seus últimos 25 jogos, Nadal chega a Wimbledon em ótima forma e em situação confortável. O espanhol desistiu de disputar o Grand Slam em 2016 por causa de uma contusão no punho esquerdo e não tem pontos a defender este ano. Contra ele pesa o fato de não disputar um jogo oficial na grama desde 2015. Para voltar à liderança, Rafa precisa ir à final, o que não acontece desde 2011. Se enfrentar Murray em uma possível semifinal, o vencedor dessa partida será o número 1 do mundo.
As outras possibilidades para Nadal seriam chegar às oitavas, mas então dependeria de uma queda de Murray na primeira ou segunda rodadas e Djoko e Wawrinka novamente não poderiam ficar com o título; se parar nas quartas de final, o canhoto terá de contar com a sorte para que o britânico caia até as oitavas, e mais uma vez o sérvio e o suíço teriam de ficar de mãos abanando.
De olho em seu primeiro título em Wimbledon, único Grand Slam que falta em seu currículo, Wawrinka precisa vencer o torneio para ter chance de ser o novo líder do ranking, posição também inédita para ele. Mesmo com apenas 45 pontos a serem defendidos, após sua eliminação na segunda rodada em 2016, o suíço ainda pode ter Murray em seu caminho, na semifinal, e ainda precisa torcer para que Nadal não alcance a semi, caso conquiste o troféu. Se encontrar com Djokovic na final, o vencedor assume a ponta. Stan, no entanto, não tem o melhor dos retrospectos. São 18 vitórias e 12 derrotas, e seu melhor resultado foram as quartas de final em 2014 e 2015.
Campeão nas edições de 2011, 2014 e 2015, Djokovic só pode voltar a liderar se conquistar seu quarto título na grama sagrada de Wimbledon. Mas isso não é o bastante para ele, Murray e Nadal precisam perder nas quartas de final, ou antes. Passando por uma fase delicada na carreira ao enfrentar uma seca de grandes resultados, conquistar o troféu e reassumir o posto de número 1 do mundo podem ser o impulso necessário para Djoko recuperar totalmente a autoconfiança e retomar o caminho das vitórias. O que já pode estar começando a acontecer, no sábado (1º) ele venceu o Torneio de Eastbourne, seu segundo troféu no ano.
A tarefa, no entanto, não será fácil para nenhum dos quatro, ainda mais se pensarmos que Roger Federer, mesmo estando fora da briga pelo número 1 no momento, é heptacampeão em Wimbledon e teve um retorno assombroso nesta temporada, conquistando o Aberto da Austrália, os Masters 1000 de Miami e Indian Wells e o Torneio de Halle, pela nona vez, na semana passada.
Com todos esses ingredientes, Wimbledon 2017 promete ser um prato cheio e saboroso para os amantes do tênis. Que comece a corrida pelo título e pela liderança do ranking.
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