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E agora, Zé Roberto? Seleção feminina sofre com pedidos de dispensa

Zé Roberto deve estar quebrando a cabeça para esboçar a seleção feminina de vôlei a um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio após tantos pedidos de dispensa. O técnico ouviu “não” de Dani Lins, Thaisa, Adenízia, Tássia e Camila Brait.

Com Liga das Nações, Pan-Americano de Lima e Pré-Olímpico no radar, o treinador sabe que já não tem a mesma base vencedora que levou o vôlei brasileiro ao patamar de melhor do mundo após o bicampeonato olímpico.

Os problemas atuais podem ser reflexo do sucesso. Thaisa e Adenízia não chegaram a aparecer na convocação de Zé, avisaram o técnico antes que não pretendiam mais defender o Brasil.

Presente nas campanhas vitoriosas de Pequim-2008 e Londres-2012, Thaisa alegou questões físicas. A central passou por uma complicada lesão no joelho há dois anos e afirmou que não teria mais condições de aguentar a rotina de clube e seleção por muito tempo. Então, para prolongar a carreira, resolveu deixar o time nacional.

Adenízia, que atualmente joga na Itália, afirmou que era o momento de cuidar do marido e da família. A vontade de ficar mais próxima dos familiares também pesou para que a levantadora Dani Lins declinasse da convocação. As duas também foram campeãs olímpicas em Londres-2012.

O único caso diferente é de Camila Brait. A convocação da líbero foi uma surpresa, já que ela declarara que não defenderia mais a seleção após ser cortada às vésperas dos Jogos do Rio. Esse mesmo cenário havia acontecido no ciclo olímpico anterior.

A rotina puxada entre clube e seleção sempre exigiu muitos sacrifícios. O currículo vitorioso pode ter influenciado para que esses grandes nomes do vôlei tenham mudado suas prioridades e resolvido cuidar de quem sempre sofreu com a distância e segurou as pontas durante suas longas viagens.

Sheilla, que se aposentou do time nacional após o Rio de Janeiro, fez uma análise e cobrou maior comprometimento das atletas. A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Daniel Bortoletto, do portal Web Vôlei.

“Essa geração mais nova, isso não estou falando no vôlei apenas, estou falando na vida, não tem os objetivos muito claros na cabeça, como a nossa geração sempre teve. E não é só no vôlei. Se está bem na profissão, se não está, se vai sair, procurar outros caminhos… Não tem muita paciência, não tem muita resiliência para persistir e continuar. Acho que é isso que tem acontecido. A impressão que eu tenho, estando de fora em 2017 e 2018, acho que falta comprometimento da geração mais nova. Podem achar ruim de eu estar falando isso, mas é verdade. Geração que veio meio avoada. Acho que isso tem de mudar. Tudo o que faz tem de fazer com muito amor e dar muito valor para o lugar que está. E está faltando isso”, analisou.

Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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