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Terapia de choque de Djokovic

Campeão em 2016, Novak Djokovic chega para disputar o Masters 1000 de Madri em uma posição, no mínimo, inesperada, e isso não tem nada a ver com sua colocação no ranking. Número 2 do mundo, o sérvio estreia nesta quarta-feira, contra o espanhol Nicolás Almagro, sem contar com uma equipe técnica em seu boxe. Na semana passada, Djoko surpreendeu a todos ao anunciar o fim da parceria de dez anos com o treinador Marian Vajda. Ele também dispensou o preparador físico Gebhard Phil Gritsch e o fisioterapeuta Miljan Amanovic.

No comunicado em seu site, Djokovic  agradeceu aos três profissionais pela amizade e dedicação à sua carreira, e falou ainda que acreditava que essa “terapia de choque” iria ajudá-lo a alcançar melhores resultados. “Quero continuar a elevar o nível do meu jogo e esse é um processo contínuo. Vou aproveitar essa viagem, parece que estou começando algo novo e eu amo esse desafio. Sou um caçador e meu maior objetivo é encontrar aquela faísca vitoriosa em quadra novamente”, disse ele.

Em sua primeira entrevista em solo espanhol, Novak voltou a comentar o assunto. “Não foi uma decisão fácil para o meu time nem para mim… Esta equipe esteve sempre presente desde que comecei minha carreira profissional. Foram dez anos fantásticos, anos bem-sucedidos”, declarou. “Mas nós sentimos que precisávamos de uma mudança. Sentimos que precisávamos começar um novo capítulo, foi uma decisão mútua. Simplesmente aceitamos de uma maneira muito boa, vamos seguir em frente, animados, para ver o que a vida nos reserva”, acrescentou.

Embora diga que não tem pressa em definir quem será seu novo técnico, Djokovic parece estar à deriva desde que conquistou o título inédito em Roland Garros no ano passado (veja o que já falamos sobre isso). Desde então, ele não tem conseguido repetir seus bons resultados e esta “terapia de choque” é mais uma tentativa de voltar ao nível anterior.

Treinador do sérvio até dezembro passado, Boris Becker já havia revelado que Djoko treinara menos após o título em Paris. O alemão, no entanto, crê que a maré desfavorável de seu ex-pupilo seja muito mais uma questão mental. “Ele não esqueceu como sacar ou dar um golpe de forehand, acho que seja algo mais da cabeça dele. Acredito que várias coisas mudaram para ele depois de vencer Roland Garros, o sonho de uma vida toda foi realizado, claro que a bolha estoura e sua mente sai do curso”, afirmou Becker em entrevista ao canal britânico Sky Sport.

Que Djokovic encontre nessa terapia de choque a paz e a motivação necessárias para voltar a trilhar o caminho das vitórias, e o Masters 1000 de Madri pode ser crucial nesse sentido. Talvez este seja o maior desafio que o sérvio já enfrentou em sua carreira.

Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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