Em meio a tantas dúvidas e preocupações que rondaram e ainda cercam sua realização, os Jogos de Tóquio parecem agora estar mais próximos. Na noite de quarta-feira, 24 (manhã desta quinta no Japão), teve início o revezamento da tocha olímpica, exatamente um ano e um dia depois do adiamento da Olimpíada de 2020 para julho de 2021, em virtude da pandemia do novo coronavírus.
Mesmo sem a presença de público, a cerimônia que marcou o acendimento da tocha e início do revezamento foi repleta de significado para o povo japonês. A começar pelo local: o Centro Nacional de Treinamento J-Village, em Fukushima, cidade que em março de 2011 foi devastada pela trágica combinação de um terremoto com tsunami e acidente nuclear. A cidade se tornou um símbolo de resiliência e reconstrução, por isso a sua escolha para ser o ponto de partida da jornada tocha olímpica.
Foi na J-Village que a seleção feminina de futebol do Japão fez sua preparação para a Copa do Mundo de 2011, vindo a se tornar campeã daquela edição do torneio, o que trouxe um pouco de alento ao país em um ano tão difícil. Por isso, nada mais justo que Azusa Iwashimizu, jogadora da atual seleção, fosse a responsável por acender e conduzir a primeira tocha, acompanhada por suas companheiras de time.
“Eu sinto que tudo está finalmente em andamento. Acontece que essa Olimpíada foi adiada e, por isso, coincidiu com o aniversário de dez anos do terremoto”, afirmou Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio. “Quando a tocha foi acesa e começamos o revezamento, me emocionei e fui às lágrimas. Fiquei muito feliz”, emendou ela.
A cerimônia contou ainda com um coral de crianças de escola local, dançarinas de ula e performance com os tradicionais tambores japoneses. Após deixar Fukushima, a tocha irá passar por 47 prefeituras do Japão até chegar ao seu destino, Tóquio, sede dos Jogos, tendo sido conduzida por cerca de dez mil pessoas.
Foto: Instagram/Tokyo2020
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