Após fazer um longo desabafo no Twitter sobre as acusações envolvendo Arthur Nory e Ângelo Assumpção, o ginasta Gabriel Alves, do Esporte Clube Pinheiros, conversou com o Olimpitacos. O atleta de 17 anos disse que o objetivo das postagens era “mostrar quem realmente é o Ângelo” e que uma história sempre tem dois lados, e contou que o campeão mundial da barra fixa foi alvo de ameaça de morte durante a preparação para Tóquio.
“Foi pela injustiça. Tava vendo que os verdadeiros fatos não foram mostrados, tava vendo o Nory passar por muita coisa que as pessoas não sabiam. Vivenciei tudo isso ao lado dos dois, sempre fui próximo dos dois. Tive a iniciativa para mostrar um pouco dos dois lados, para mostrar para as pessoas quem o Ângelo realmente era, tenho certeza que ele passa outra impressão nas entrevistas”, disse Gabriel, que treina com Nory e já foi companheiro de clube e até de casa de Ângelo.
O ginasta do Pinheiros contou para a reportagem que conversou com Nory praticamente todos os dias durante a preparação do compatriota para os Jogos Olímpicos e que ele foi alvo de ameaças.
“Eu sempre soube de tudo o que ele passou, ele sofreu muitas ameaças, ameaças de morte, muito ódio. A gente conversava, sempre que eu podia ajudar, eu ajudava”, revelou.
Segundo Gabriel, o episódio de racismo de 2015 sempre volta quando o nome de Nory ganha destaque na mídia. “As pessoas falam que o cara que sofreu racismo não teve oportunidade, mas o racista está lá”, lembra.
Na opinião do companheiro, as ameaças e comentários atingiram negativamente Nory. “Isso abalou muito, ele não chegou bem na competição, nem parecia ele. Já chegou diferente. A cabeça dele estava em outro lugar”, opinou.
Para Gabriel, a força dos comentários contra Nory agora foram maior que todas as vezes anteriores. “Acho que foi mais pesado por ele estar representando o Brasil”.
O amigo garante que Nory aprendeu com o episódio racista de 2015: “Ele amadureceu muito, aprendeu com os erros. Teve que passar por isso para aprender. Aprendeu e pediu desculpas”. Porém, ele diz que essa mudança não aconteceu com Ângelo. “Continuo fazeno a mesma coisa, sempre foi homofóbico, tratou mal todos, quis diminuir, antes e depois do vídeo vazar. Até o último dia dele no clube continuou a mesma pessoa”.
Gabriel diz que foi alvo de bullying e ofensas homofóbicas de Ângelo. Ele processa o antigo companheiro de clube. “Gostaria de receber um pedido de desculpas, em sete anos o ego dele nunca diminuiu, [quero] que ele falasse sobre isso também. Se vitimizar para crescer é mais fácil que assumir os próprios erros. Espero que seja levado para frente [o processo], só para as pessoas possam ver”, explicou.
O Olimpitacos ainda não conseguiu contato com Ângelo Assumpção. O espaço continua aberto.
*Crédito da foto: Montagem/Reprodução/Instagram
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