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A medalha de ouro do Zanetti fez a gente sonhar junto, diz Arthur Nory

A primeira medalha da história da ginástica brasileira em Olimpíadas veio com Arthur Zanetti em Londres-2012 nas argolas, e foi logo de ouro. Quatro anos mais tarde, o próprio ginasta tratou de colocar mais uma medalha olímpica no currículo e conquistou a prata no Rio de Janeiro, novamente nas argolas. Porém, nos Jogos em casa, o paulista não ficou sozinho no pódio e viu os compatriotas Diego Hypolito e Arthur Nory também escreverem seus nomes no hall dos medalhistas olímpicos: prata e bronze no solo, respectivamente.

E qual será que foi o segredo para essa grande evolução em tão pouco tempo? Para Arthur Nory, a resposta está na conquista dourada de Zanetti na Arena de North Greenwich. “Tivemos um ciclo muito bom, a medalha do Zanetti fez a gente sonhar junto, acreditar como um time. Isso fortaleceu muito a equipe da ginástica, moramos juntos e passamos a nos unir mais. O trabalho em equipe levou a gente muito mais longe, chegamos em um patamar histórico na ginástica do Brasil, da América Latina, batendo de frente com várias potências”, declarou durante evento na Japan House, em São Paulo.

“Antes, para você ver um campeão ou medalhista olímpico tinha que viajar para a Europa, para Ásia, que são as potências da ginástica, e agora temos em casa. Foi muito satisfatório. Uma honra poder treinar e trabalhar junto”, completou.

Filho de uma nadadora e de um judoca, Nory começou cedo a sua trajetória no esporte. A primeira escolha foi o tatame, aos seis anos. No entanto, quando completou 10 anos, acabou optando pela ginástica por causa da admiração que tinha por Daiane dos Santos, campeã mundial no solo em 2003. Apesar da mudança, o sonho sempre foi estar presente em uma edição de Jogos Olímpicos.

“No esporte, o atleta se entrega 100%, a gente sonha, a gente pega paixão pelo esporte, se machuca, mas está todo dia se dedicando porque é o nosso sonho. Acredito que todo atleta tem o sonho de ir para uma Olimpíada desde pequeno. Quando eu saí do judô e fui para a ginástica, era o meu sonho ir para uma Olimpíada. Ver a Daiane dos Santos, que representava a gente, me motivava todo dia. Eu escrevia na parede do meu quarto: ‘Eu vou para uma Olimpíada’, tudo rabiscado, mas estava lá. Todo dia acordava, via e pensava: ‘Vamos lá, vamos treinar. Depois da Olimpíada, a gente conserta o que quebrou'”, relembrou.

E Nory realmente teve o que consertar. Após os Jogos do Rio de Janeiro, ele passou por três cirurgias e ficou mais de dois anos no departamento médico. “Agora, joelho, ombro e pé estão bem, temos que trabalhar, classificar e ir para cima. O foco total é para Tóquio”, argumentou.

Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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