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Caeleb Dressel tem uma inseparável bandana (e o motivo é nobre); conheça a história

Aos 22 anos, Caeleb Dressel parece caminhar para entrar na galeria dos gênios da história da natação. Ele tem ainda um longo caminho pela frente, mas é o primeiro a apresentar uma dominância nas piscinas que não se via desde os tempos de Michael Phelps.

Em Gwangju, na Coreia do Sul, o norte-americano já esteve no alto do pódio em duas oportunidades: venceu os 50 m borboleta com direito a recorde do campeonato e ainda fez parte da equipe vitoriosa do revezamento 4×100 m livre. O objetivo dele é conquistar nove ouros.

Em todos os momentos em que foi visto na piscina no Mundial, Caeleb Dressel estava com um bandana. Ele entra segurando o adereço, abaixa do lado do bloco e faz uma oração. No pódio, lá está a bandana novamente. Esse ritual acontece desde o ano passado em homenagem a uma ex-professora.

Crédito da foto: Divulgação

Clairie McCool foi professora de matéria de Dressel. Ela morreu em 2015, vítima de um câncer de mama aos 62 anos. No ano passado, o marido dela resolveu distribuir algumas de suas bandanas. O nadador foi um dos presenteados.

Para entender essa relação é necessário voltar no tempo. Em seu último ano no high school, entre 2013 e 2014, Dressel sofreu com depressão e chegou até se afastar da natação. McCool sempre disse que acreditava no sucesso do pupilo e foi muito importante durante a sua recuperação. O papo do nadador com a professora não se restringia aos números, eles trocavam confidências.

Dressel já declarou que “ela vai estar sempre comigo”. No entanto, a homenagem pode ser barrada nos Jogos Olímpicos de Tóquio no ano que vem. De acordo com Alex Pussieldi, comentarista do SporTV, o COI (Comitê Olímpico Internacional) costuma impedir que os atletas entrem com qualquer objeto diferente para competir ou no pódio por medo de alguma manifestação política ou propaganda ilegal, práticas proibidas pela entidade.

Porém, como a fiscalização da Fina (Federação Internacional de Natação) é mais permissiva, Dressel já conseguiu homenagear McCool no Mundial. Nesta segunda-feira, inclusive, ele amarrou a bandana na medalha de ouro dos 50 m borboleta, prova em que teve o brasileiro Nicholas Santos chegando em terceiro lugar. A prata ficou com Oleg Kostin.

Crédito da foto: Kim Hong-Ji/Reuters

Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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