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Jogadora do Minas é alvo de ofensa racista durante transmissão: Macaca careca

Deja McClendon, ponteira do Itambé/Minas, foi alvo de racismo durante a transmissão do duelo contra o Dentil/Praia Clube pela final do Desafio Minas x Rio de vôlei, no Ginásio da Unifemm. A jogadora norte-americana foi chamada de macaca careca por um internauta nos comentários no Facebook. O Minas perdeu a partida por 3 sets a 0.

A repercussão foi imediata nas redes sociais. Fabi Claudino, bicampeã olímpica e capitã da seleção feminina, fez uma postagem lamentando o ocorrido e mostrando toda a sua indignação.

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“É INACREDITÁVEL que ainda exista racismo em um país miscigenado como o Brasil. Não sei o que é pior, o ato de racismo ou a necessidade de se esquecer o ato. Nunca fazem nada, sempre jogam a história depois de alguns dias pra debaixo do tapete. Ninguém lembra mais, infelizmente nem os próprios clubes. Já estou sem paciência, não ia dizer nada, mas é impossível não se posicionar quando algo te atinge diretamente. É direto em mim, porque sou NEGRA”, desabafou.

“Vamos a verdade, é mais fácil dizer não dá pra acabar com o racismo. O que existe na verdade, é má vontade, péssima educação e falta de conhecimento da história de um país que carrega correntes de escravidão e sangue negro no seu chão. @dejabeja ,infelizmente você passou por isso e NADA vai acontecer. Mas não vão nos calar, não vão nos apagar do mapa, não vão fingir que nossa dor não é real e diária! Chega! Não aguentamos mais!”, completou.

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É INACREDITÁVEL que ainda exista racismo em um país miscigenado como o Brasil. Não sei o que é pior, o ato de racismo ou a necessidade de se esquecer o ato. Nunca fazem nada, sempre jogam a história depois de alguns dias pra debaixo do tapete. Ninguém lembra mais, infelizmente nem os próprios clubes. Já estou sem paciência, não ia dizer nada, mas é impossível não se posicionar quando algo te atinge diretamente. É direto em mim, porque sou NEGRA. Vamos a verdade, é mais fácil dizer não dá pra acabar com o racismo. O que existe na verdade, é má vontade, péssima educação e falta de conhecimento da história de um país que carrega correntes de escravidão e sangue negro no seu chão. @dejabeja ,infelizmente você passou por isso e NADA vai acontecer. Mas não vão nos calar, não vão nos apagar do mapa, não vão fingir que nossa dor não é real e diária! Chega! Não aguentamos mais! . . #racismonao #respeito #black #pelenegra

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Após o episódio, o Minas soltou uma nota de repúdio. Leia na íntegra abaixo:

O Minas Tênis Clube lamenta e repudia o ato racista ocorrido na noite desse sábado (19/10), contra a atleta norte-americana Deja McClendon, ponteira do Itambé/Minas.⠀

Durante a transmissão do jogo entre a equipe minastenista e o Dentil/Praia Clube, pelo Desafio MG x RJ, em Sete Lagoas (MG), foram observados comentários racistas na página do Facebook da Federação Mineira de Vôlei (FMV), organizadora da competição e que realizava a transmissão da partida.⠀

O Clube agradece todas as manifestações de apoio recebidas nas redes sociais
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Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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