Em um Mundial cheio de desfalques, a Grécia comemora ter Giannis Antetokounmpo à disposição na China. Porém, nem sempre foi assim. Filho de nigerianos, o ala-pivô do Milwaukee Bucks viveu sem nacionalidade até os 18 anos, sofreu ataques racistas e ameaças de deportação antes de alcançar a glória.
“Fui um imigrante na Grécia. Eles nos deram uma chance. Não ser negativo nem fazer julgamento. No fim do dia, todos somos pessoas. Temos só um ao outro Tenho muito orgulho de tudo o que fiz por mim e pela minha família, desde o começo até agora. Ainda tenho um longo caminho a seguir. Cresci do nada e cheguei nesta situação em que estou agora, sempre exigindo mais de mim. Significa que todo o trabalho duro que fiz valeu a pena”, declarou durante teleconferência com a imprensa mundial.
O MVP da última temporada da NBA cresceu no bairro de Sepolia, em Atenas. Como não tinha documentação, Giannis precisou de uma autorização especial da federação local para começar a dar os seus primeiros passos dentro da quadra. Apátridas não tinham direito aos serviços de saúde, empregos públicos e, muito menos, ao registro nas federações.
A cidadania grega de “Greek Freak” (Aberração Grega) só saiu seis anos atrás, meses antes dele disputar o draft da NBA em Nova York, nos Estados Unidos. Ele foi a escolha número 15 de 2013, sendo o mais novo entre os selecionados. Em pouco tempo, o ala-pivô desenvolveu seu jogo nos Bucks e se tornou um dos principais nomes da maior liga de basquete do mundo.
No Mundial na China, Giannis convive com o estrelato. Cada passo do astro é sempre seguido por quatro seguranças, que tentam conter a euforia dos fãs locais. Ele evita até mesmo circular pelo hotel.
Dentro de quadra, Giannis comandou a Grécia na vitória contra Montenegro por 85 a 60 na estreia na competição. Ele anotou um double-double, com 10 pontos e oito rebotes, em apenas 16 minutos em quadra, terminando o duelo com 15 pontos.
Nesta terça-feira, ele conseguiu ser neutralizado pelo time brasileiro. Antetokounmpo anotou apenas 13 pontos na derrota da Grécia pelo Brasil por 79 a 78 e acabou excluído após cometer a sua quinta falta.
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