O Volley Pordenone, da Itália, está processando a jogadora Lara Lugli por ter engravidado. O clube alega que a atleta não avisou que “tinha a intenção de ser mãe”. O caso aconteceu na temporada 2018/2019.
Em março daquele ano, Lara descobriu que estava grávida e comunicou aos dirigentes. Ela acabou demitida imediatamente. Porém, um mês depois, sofreu um aborto e perdeu o bebê.
“Se uma mulher engravidar, ela não pode fazer mal a ninguém e não deve compensar ninguém por isso. Meu parceiro e eu sofremos o único dano por nossa perda [o aborto], e todo o resto é tédio e baixeza de espírito”, afirmou a jogadora nas redes sociais.
A briga na Justiça começou com Lara cobrando salário do mês anterior ao da demissão, já que não o recebeu. O clube diz que sofreu “perdas e danos” com a gravidez da jogadora e que ela “violou a boa fé” quando não avisou ao assinar o contrato que pretendia engravidar.
A Associação Nacional de Atletas da Itália enviou uma carta ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e ao presidente do Comitê Olímpico Italiano, Giovanni Malagò, cobrando um posicionamento.
“Este caso é emblemático porque mostra que a iniquidade da condição feminina no trabalho esportivo é tão internalizada que não só é considerada correta como anula completamente um contrato legítimo. (…) Nesta iniciativa inescrupulosa reside o verdadeiro escândalo cultural do nosso país, que chegou a nublar a consciência dos empregadores do trabalho desportivo, a ponto de esquecer quais são os direitos fundamentais das pessoas”, diz o documento.
*Crédito da foto: Reprodução/Redes Sociais
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