Daniel Dias é o maior medalhista brasileiro na história dos Jogos Paralímpicos. Em suas três participações anteriores no evento, o nadador subiu ao pódio em 24 oportunidades, ocupando o lugar mais alto em 14 delas. A disputa em Tóquio vai marcar a sua aposentadoria.
Em entrevista ao Olimpitacos, Daniel Dias contou que está confiante em conseguir bons resultados e aumentar ainda mais a sua coleção de medalhas. “Tenho as melhores das expectativas para os Jogos de Tóquio. Fiz a minha melhor marca nos 50m livre no último Mundial e me encontro na minha melhor forma física. Estou treinando forte para entregar a minha melhor versão no evento”, declarou.
“Eu não levo em consideração esse título de favoritismo. Eu fico focado em fazer o meu melhor e me comparo a mim mesmo, às minhas marcas anteriores”, completou.
O nadador multicampeão confessou que será especial terminar a carreira em uma Paralimpíada. “Dia 01 de setembro é minha última prova. Sem dúvidas será um momento muito especial, quero viver intensamente todas as emoções desta competição”.
O caminho até Tóquio foi mais longo que o normal já que o evento foi adiado em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Daniel reconheceu que enfrentou problemas no período que as piscinas fecharam por causa das medidas de isolamento social. No entanto, ele já recuperou o tempo perdido.
“O isolamento afetou um pouco da preparação sim. Um nadador precisa da piscina e sem ela não há treino. Me senti um peixe fora d´água literalmente. Me dediquei à preparação física com adaptações de exercícios em casa, mas o treino na água teve que esperar um tempo”, relembrou.
“Minha preparação para os Jogos está a todo vapor. Já fizemos os ajustes necessários por conta do adiamento do evento e seguimos com os treinamentos nesta reta final de aclimatação em Hamamatsu”, finalizou.
O atleta campineiro também revelou que conseguiu tirar coisas boas do adiamento da Paralimpíada em um ano: “Eu acredito que eu tenha melhorado o meu controle mental. Busquei muito o equilíbrio emocional por conta de toda essa situação. Procurei me manter focado no objetivo e minimizar os impactos negativos deste adiamento”.
Aos 33 anos, Daniel Dias vê evolução no esporte paralímpico no Brasil desde o começo da sua carreira. “As Paralimpíadas do Rio 2016 foram bem marcantes e importantes para que os brasileiros conhecessem melhor os esportes e os atletas, e principalmente quebrassem esse tabu e preconceito com a pessoa com deficiência. A mídia tem papel muito importante nessa evolução, de levar informações sobre este universo”, analisou.
No Rio de Janeiro, a delegação brasileira teve o seu melhor desempenho na história, foram 72 pódios (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes). Para Daniel, os números devem continuar crescendo no Japão.
“Eu acredito que a Deleção Brasileira vem muito forte em vários esportes. Acredito que o Brasil consegue brigar com medalhas e se manter entre as dez maiores potências mundiais”, projetou.
*Crédito da foto: Reprodução/Instagram/Daniel Dias
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