Aos 30 anos, Alexi Pappas é uma atleta olímpica, cineasta de Hollywood e autora de três livros. A história de vida cheia de desafios foi o grande impulso para buscar reconhecimento e realizar os seus sonhos.
Filha de pai grego-americano e mãe norte-americana, Pappas perdeu a mãe quando era muito nova. “Perdi a minha mãe, que se suicidou e, como a minha experiência com cinco anos era essa, pensei que ela não se importava o suficiente comigo para não o fazer. E então comecei a sentir que toda a minha vida tinha realmente me levado a me importar para compensar o que eu sentia que estava faltando. E isso era algo poderoso “, afirmou em entrevista ao site Tokyo 2020.
Com o objetivo de preencher esse vazio e realizar um grande sonho, ela se dividiu entre a carreira de cineasta, escritora e atleta, e colocou como meta chegar aos Jogos Olímpicos. O objetivo foi conquistado no Rio-2016 quando ela terminou a prova dos 10.000m na 17ª colocação, defendendo as cores da Grécia.
“Acho que muitos atletas olímpicos podem se relacionar com a sensação de serem guiados por algo dentro deles, seja um trauma ou um desejo. E isso é algo muito poderoso, mas também muito insustentável quando você encontra seu impulso em algo que exige que busquemos realizações externas. Eu cheguei lá, aos Jogos, e isso mudou minha vida. E eu adorei. Mas quando cheguei lá achei que teria a sensação de estar completa, realizada. Adorei aquele momento e ele mudou minha vida, mas realmente percebi que precisava sentir que eu importava simplesmente porque existia, não perseguindo essas conquistas externas para resolver o que era um desafio ou problema interno”, analisou.
“O conselho que eu daria a outros atletas é que levem um mês ou mais sem outros objetivos além de se recuperar e respeitar o que acabaram de fazer”, completou.
Na Olimpíada de Tóquio, Pappas pretende disputar a maratona. “Estou tentando a maratona, que é um grande evento, e é aquele em que estou tentando me destacar. Espero poder fazer isso em Tóquio. O mundo está fazendo tudo o que precisa para ficar seguro e acho que os próximos Jogos serão um momento de grande esperança para o mundo”, disse.
Porém, a grego-americana que estará no Japão será bem diferente da mulher que esteve no Brasil há cinco anos. Além dos filmes e livros lançados durante esse período, ela diz que não faz mais nada para se provar para os outros.
“Sinto-me mais preparada para os meus próximos objetivos do que estava com os anteriores. Com todas as coisas na minha cabeça, por exemplo, agora sei como detectar os sinais muito mais cedo e assim posso fazer o que nós atletas chamamos de pré hab [treinamento mental]. Acho que somos todos a soma daquilo que fazemos e só quero continuar construindo meu castelo de areia e ver que conchas posso encontrar. E continuar fazendo isso”, comentou.
* Crédito da foto: Reprodução/Instagram
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