Cidade mais fria do mundo quer Jogos de 2032 para protestar contra o clima

Ainda nem se sabe se os Jogos de Tóquio acontecerão mesmo em julho, e já tem gente pensando na edição de 2032 da Olimpíada. Recentemente, Salla, conhecida como a cidade mais fria do mundo, anunciou que está na briga com Jacarta, Istambul e Seul para receber o maior evento do esporte mundial daqui 11 anos. No entanto, o real objetivo não é vencer esta disputa.

A candidatura fictícia da cidade filandesa, localizada no círculo polar ártico, tem como objetivo ressaltar o impacto das mudanças climáticas. O vídeo promocional traz moradores com trajes de verão no meio da neve, além de colocar modalidades como vôlei de praia e mountain bike sendo praticadas no gelo.

“Criamos esta licitação para chamar a atenção sobre a emergência climática. Salla está mudando. O planeta inteiro está mudando. Não de um jeito bom”, diz a divulgação da candidatura no site oficial.

Em entrevista coletiva, o prefeito Erkki Parkkinen deixou claro que a candidatura é uma forma de protesto. “Nossa intenção aqui é clara: queremos manter Salla como está e nossos invernos frios e cheios de neve. Então, surgiu essa ideia maluca: sediar os Jogos de Verão em uma das cidades mais frias do planeta”, afirmou.

“Se recuarmos e não fizermos nada, deixando que o aquecimento global prevaleça, perderemos nossa identidade e a cidade que amamos, assim como muitas outras ao redor do mundo, deixará de existir como a conhecemos. Se Salla é o melhor lugar para sediar os Jogos em 2032, isso significa que a temperatura não parou de subir”, completou.

A escolha do mascote também traz uma crítica. Kesa, que é uma rena da mesma espécie que é retratada como aquelas que puxam o trenó do Papai Noel, aparece sofrendo com as altas temperaturas. O animal precisa do frio para sobreviver. Em finlandês, a palavra kësa significa verão.