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Quero que as pessoas saibam que sou gay, diz Diego Hypolito

Diego Hypolito assumiu a homossexualidade em um depoimento emocionante ao UOL Esporte. O medalhista olímpico contou como foi todo o processo de descobrimento, aceitação e revelação da sua orientação sexual.

“Quero que as pessoas saibam que eu sou gay e que eu não tenho vergonha disso. E não é porque eu sou que outras pessoas vão querer ser. Isso não tem nada a ver. Já vivi muitos anos pensando no julgamento que os outros fariam sobre mim. Hoje só aceito ser julgado por Deus”, declarou.

O ginasta contou que começou a se questionar sobre a sua sexualidade aos 19 anos quando falou com um colega de treino, mas que não tinha coragem de contar para a família. “Eu vivi a solidão de não ter ninguém com quem eu pudesse compartilhar os dilemas de ser uma pessoa gay numa sociedade preconceituosa. Por mais que todo mundo tenha a impressão de que tem muito gay na ginástica, não tem. Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito. Eu tinha o sonho de conseguir uma medalha olímpica e faria de tudo para chegar lá, até esconder quem eu era. Eu tinha certeza que se um dia eu saísse do armário publicamente, perderia patrocínios e minha carreira seria prejudicada”, relatou.

Hypolito só foi capaz de sair do armário para a família em 2014. Ele mandou uma mensagem para mãe, que demorou para responder e não foi tão receptiva. Já o pai e a irmã Dani reagiram de maneira diferente. “Daniele me apoiou incondicionalmente, disse que sempre soube mesmo sem eu nunca ter falado nada”, relembrou.

Depois do estranhamento inicial, minha mãe me aceita como eu sou. Minha mãe me ama. E eu amo meus pais e tudo o que eles fizeram para que eu, minha irmã e meu irmão chegássemos até aqui. Não escolhi ser gay, porque ser gay não é uma escolha. É simplesmente o que eu sou, e isso não vai mudar os valores que eu tenho e que construí junto da minha família”, completou.

Após a repercussão da entrevista, o medalhista de prata nos Jogos do Rio de Janeiro desabafou em sua conta no Instagram: “Como é bom poder ser de verdade. Como é bom abrir o coração e dizer quem eu sou”.

“Nossa felicidade tem de ser baseada em nossas próprias atitudes! Ser livre é poder voar sem que o outro corte suas asas por inveja ou porque não é forte como suas atitudes! Incentive pessoas e critique menos! Mais amor pois os felizes não se preocupam com a grandeza do outro e sim em lutar e ter suas próprias grandezas! Obrigado a todos pelas mensagens lindas após minha publicação anterior!”, acrescentou.

Gisèle de Oliveira

Jornalista apaixonada por esportes desde sempre, foi correspondente internacional do “Diário Lance!” na Austrália, quando cobriu os preparativos para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e editora do jornal no Rio de Janeiro, trabalhou na “Gazeta Esportiva” e foi colaboradora de especiais da revista “Placar”, entre outras experiências fora do universo esportivo. Mineira de nascimento, paulistana de coração, é torcedora inabalável de Rafael Nadal, Michael Phelps, Messi e Rafaela Silva. Adora tênis, natação, judô, vôlei, hipismo e curling (sim, é verdade). Sagitariana e são-paulina teimosa, agradece por ter visto a Seleção de futebol de 82 de Telê, o São Paulo também do mestre Telê, o Barcelona de Guardiola e a Seleção de vôlei de Bernardinho em seu auge. Ah, chora em conquistas esportivas, e não apenas de brasileiros.

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